Micro-hábitos - Resenha crítica - Brian Jeffrey Fogg
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Micro-hábitos - resenha crítica

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Produtividade & Gestão do Tempo

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Tiny habits: the small changes that change everything

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-8-59-508689-0

Editora: HarperCollins

Resenha crítica

Os elementos do comportamento

Ao mudar os seus comportamentos, você pode mudar toda a sua vida. O mais interessante é que, de certo modo, você já sabe disso, não é mesmo? O que talvez ainda não saiba é que existem somente 3 variáveis que direcionam esses comportamentos.

O modelo criado por Fogg pode ser a chave que você precisa para desvendar esse mistério. O autor se fundamenta em princípios que demonstram como esses elementos trabalham juntos e, assim, conduzem as nossas ações.

Para tanto, é preciso analisar como um determinado comportamento ocorreu. Portanto, você pode deixar de botar a culpa pelo seu comportamento em coisas erradas, como autodisciplina e caráter.

É altamente recomendável criar um design capaz de gerar mudanças em seu próprio comportamento e, também, no de outras pessoas. Segundo Fogg, um comportamento ocorre quando os 3 elementos: Motivação, Capacidade e Prompt (MCP) convergem em um mesmo instante.

Só para exemplificar, prompt é o estímulo para adotar um dado comportamento. Capacidade, por sua vez, é a possibilidade de adotar esse comportamento. Por fim, a motivação é o desejo de incorporá-lo em seu dia a dia.

Motivação: foco no ajuste

Muitos acreditam que, para melhorar seus comportamentos, tudo depende de escolha e autonomia. Eles creem que, se pudessem achar uma fonte de motivação adequada, fariam o que devem fazer.

Esse infeliz raciocínio coloca toda a responsabilidade sobre os seus ombros, pois, tudo dependeria de sua capacidade de se automotivar. Fogg deseja mudar isso. Ele quer que os seus leitores estejam cientes de que, ao se concentrarem apenas na motivação, ignorarão 2 elementos centrais que impulsionam o comportamento: prompt e capacidade.

Suponhamos que alguém lhe faça a seguinte proposta: “se você reduzir imediatamente os níveis de glicose em seu sangue para patamares normais, receberá 1 milhão de dólares.

Ora, essa quantia é uma grande motivação, não é mesmo? Porém, você alcançaria esse resultado instantaneamente? Provavelmente não. A motivação, tomada isoladamente, não produz nenhum efeito positivo.

Você não alcançará suas aspirações ou terá bons resultados contando, exclusivamente, com altos níveis de motivação. Todavia, se tende a focar somente na motivação, fique tranquilo: você não é o único.

O que nosso autor propõe é a consciência de que não podemos confiar somente nesse fator para promover mudanças realmente duradouras. Caso contrário, não conseguirá sustentá-las, projetá-las ou modificá-las com segurança.

Capacidade: aumente suas habilidades

Quando você é o melhor em uma determinada área, as tarefas de execução se tornam mais fáceis. Sempre que você aprimora suas habilidades, sua capacidade também é aumentada. A forma pela qual você eleva as suas habilidades dependerá do comportamento adotado.

Dito de outra forma, isso pode significar ter aulas, solicitar dicas de amigos ou fazer pesquisas online. Ademais, você pode incrementar as suas habilidades ao repetir o mesmo comportamento por várias vezes.

O livro “A mágica da arrumação”, de Marie Kondo, por exemplo, ensinou aos leitores a arte oriental de colocar ordem em sua vida e em seu lar. A obra se tornou um dos livros mais vendidos no mundo, não porque se concentra em motivar os indivíduos a manter suas residências limpas, mas se dedica a ensinar como organizar tudo.

Nesse sentido, aprimorar habilidades pode implicar em praticar flexões de braço, fazer um curso acerca da utilização de diferentes facas ou contratar um coach. Seja como for, todas as ações de melhoria parecem naturais quando você está no ápice de uma “onda de motivação”, utilizando os picos de energia diários a seu favor.

O problema é que essas ações tendem a ser isoladas. Reflita: se elas facilitam a incorporação de futuros comportamentos saudáveis, por que não praticá-las quando estiver se sentindo sempre cheio de energia?

Por exemplo, se você terminar essa leitura e se sentir empolgado para fazer exercícios físicos. Este seria um excelente momento para buscar vídeos na internet a respeito da modalidade adequada, aproveitando que sua motivação está alta.

Agora que chegamos à metade da leitura, você conhecerá o último elemento do modelo MCP de design de comportamento, aprenderá a desenrolar hábitos ruins e, também, como mudar em conjunto.

Prompts: o poder do depois

Os prompts são, de acordo com o autor, guias invisíveis em nossas vidas. Diariamente, acontecem centenas deles. Todavia, mal os notamos. Na maioria das ocasiões, simplesmente entramos em ação.

Você acelera quando o sinal fica verde no trânsito. Você come quando alguém oferece uma amostra de queijo em um supermercado. E, também, você abre as notificações de novos e-mails que surgem na tela de seu computador.

prompts orgânicos: quando você sente algumas pequenas gotas de chuva caírem no ombro e, então, abre o seu guarda-chuva. Existem prompts projetados: quando é disparado um alarme de fumaça, você abre as janelas.

Entretanto, seja projetado ou orgânico, o prompt diz: “tal comportamento foi colocado em prática agora”. O mais importante, para Fogg, é que nenhum tipo de comportamento se estabelece sem que exista um prompt.

Evidentemente, podemos confiar que os indivíduos reagirão aos prompts quando estiverem capacitados e motivados. É exatamente isso que confere tanto poder a eles: o timing certeiro.

Designers que desenvolvem apps para smartphones e jornalistas que fabricam manchetes “caça-cliques” sabem bem disso. Há uma razão pela qual muitas pessoas se sentem tentadas a clicar em aplicativos com um número vermelho, bem pequeno, em seu ícone. Tal recurso foi projetado especificamente para nos fazer agir e chamar nossa atenção.

Os anunciantes sabem que, se conseguirem reunir um motivador a um prompt (como no clássico exemplo: “clique aqui e ganhe um prêmio”), uma quantidade ainda maior de pessoas reagirá.

Não obstante, caso não exista um prompt, não existirá um comportamento decorrente, por mais que existam altos índices de capacidade e motivação. Você, talvez, queira usar um app de meditação que baixou anteontem, porém, como não houve prompt, acabou esquecendo-o.

O autor sustenta que a vida está repleta de quantidades esmagadoras de prompts indesejáveis. Felizmente, há muitos que, de fato, desejamos. Contudo, a maioria age no “modo automático”, a partir desses prompts invisíveis.

Ao mesmo tempo, as pessoas lutam desesperadamente para se lembrarem de fazer as coisas que sempre se esquecem. Caso a sua mesa esteja coberta de post-its, o seu celular cheio de lembretes constantes e, apesar disso, você não conseguir fazer o que quer, então, chegou a hora de retomar o poder dos prompts.

Para projetar prompts em sua vida e, simultaneamente, excluir outros, Fogg recomenda, inicialmente, selecionar o comportamento adequado e, depois facilitar a sua execução.

Neste ponto, você estará apto a progredir para etapa seguinte, qual seja, projetar bons prompts para os comportamentos desejados. Isso é de extrema importância, portanto, não entregue os prompts ao sabor do acaso. Para completar o design dos seu comportamento, o autor recomenda seguir 5 passos:

  1. Definir claramente a sua aspiração;
  2. Explorar as opções de comportamento disponíveis;
  3. Ajustar-se aos comportamentos escolhidos;
  4. Começar micro;
  5. Encontrar bons prompts.

Nesse modelo, a capacidade e a motivação existem em gradação. Os prompts, entretanto, “são preto no branco”. Em outras palavras: você os percebe ou não. E, caso não perceba um prompt (ou se ele surgir no momento errado), os comportamentos não serão postos em prática.

Assim, os prompts são elementos cruciais para o seu sucesso. De tal sorte que projetar bom prompts é uma parte fundamental no pensamento de Fogg: “ajudar as pessoas a fazerem o que elas já desejam fazer”.

Desenrolando os hábitos ruins

Do mesmo modo como acontece com hábitos positivos, existem maus hábitos que, afortunadamente, são fáceis de alterar e outros mais difíceis. Basta prestar atenção à linguagem que costumamos utilizar ao chegarmos ao extremo “difícil” desse espectro: “lutar contra vícios e acabar com maus hábitos.

Inconscientemente, aceitamos a ideia de que os comportamentos indesejados são como vilões terríveis que devem ser derrotados de maneira agressiva. No entanto, esse tipo de linguagem (com as abordagens que ele desencadeia) delimita esses desafios de um modo que não é eficaz e, tampouco, útil.

O autor expressa a sua vontade de que paremos de utilizar, sobretudo, a expressão: “acabar com os hábitos ruins”. Isso porque essa expressão consegue iludir as pessoas.

O termo “acabar” descreve uma expectativa errônea de como nos livramos dos maus hábitos. Tal palavra sugere que, se nos esforçarmos bastante, em um dado momento, os hábitos desaparecerão.

Mas, isso raramente funciona, pois, de modo geral, ninguém consegue abandonar um hábito indesejável fazendo força apenas uma única vez. Fogg sugere que, em vez de “acabar”, utilizemos uma analogia e uma palavra diferentes.

Considere uma corda bem emaranhada, repleta de nós: é dessa forma que devemos imaginar os maus hábitos, como procrastinação e estresse. Esses nós não podem ser desatados ao serem todos puxados.

O ato de puxar a corda, certamente, apenas piorará a situação a longo prazo. É altamente recomendável desembaraçar essa corda imaginária por etapas. Tenha em mente, ainda, que não é indicado focar nas partes mais difíceis primeiro.

Isso porque o emaranhado mais complexo está, precisamente, dentro do nó. Logo, você deve adotar uma abordagem sistemática, a fim de encontrar os nós mais fáceis de desatar.

Como mudar em conjunto

Há 3 abordagens centrais quando a mudança de comportamentos de um grupo está em pauta. É possível projetar alterações em seu próprio comportamento, visando se distanciar de influências negativas e coletivas.

Em segundo lugar, você pode operar em equipe para projetar mudanças no comportamento de todo o grupo. E, por último, existe a opção de projetar mudanças para terceiros (desde que os beneficiem).

Ao utilizar os métodos propostos por Fogg, você poderá ser uma força positiva, inclusive, na vida das pessoas. Para transformar todo um grupo, basta um indivíduo atencioso e habilidoso, ou seja, você.

Nosso autor recomenda cautela: não tente começar mudando o país inteiro. Desenvolva suas habilidades por meio de micro-hábitos, agindo sobre a sua família, amigos ou equipe de trabalho.

Ou seja, escolha uma unidade inicial de mudança para que, ao assumir a função de designer de comportamentos, você seja capaz de projetar serviços e/ou produtos que ajudem a família toda a mudar em conjunto.

Notas finais

Cumpre ressaltar, por fim, que a qualidade de nossas vidas depende, em grande medida, das decisões tomadas diariamente. Afinal, decidimos como gastaremos nosso tempo e como trataremos aos outros e a nós mesmos.

Infelizmente, na atualidade, as pessoas demonstram maiores níveis de amargura e, também, de depressão do que em qualquer outro momento da história. Como uma comunidade global, seguimos desconectados, na prática, uns dos outros.

Para consertar essa situação, é imprescindível fazer uma escolha consciente: abraçar os desejos que nos fazem bem. Para Fogg, os hábitos são a melhor forma de atingir esse objetivo tão importante.

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Quem escreveu o livro?

Fogg é pesquisador da Universidade de Stanford, cientista social e especialista em psicolog... (Leia mais)

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